Professora com deficiência visual ajuda na tradução do Caderno do Aluno para o braille
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Educadora também dá aulas em sala de recursos e realiza oficinas para outros docentes da rede
Com dedos habilidosos, a professora da sala de recursos Tania Regina Martins Resende, conta histórias para seus alunos na E.E. Doutor Edmundo de Carvalho, no bairro da Água Branca, zona oeste da cidade de São Paulo.
A soma dos pontos do livro em braile – escrita em relevo específico para cegos – revelam cores, formas e personagens suficientes para prender a atenção da classe.
Essa rotina é encarada por Tania há 25 anos, quando pisou em uma sala de aula pela primeira vez. Além de Língua Portuguesa, a educadora também ensina matemática com o Soroban, aparelho de origem oriental que permite a contagem de números para resolver qualquer cálculo.
“O contato com aluno, para mim, realmente é indescritível. Cada dia é um dia novo. É um crescimento a cada aula, eu me sinto recompensada de ter optado pelo magistério”, conta Tania.
Parte dessas experiências são compartilhadas em oficinas voltadas a professores de sala de recursos da rede estadual. As formações são promovidas pelo Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado (CAPE), onde Tania integra a equipe técnica de deficiência visual e surdocegueira, e auxilia em ações como a tradução do material pedagógico para o braile.
“O desafio do professor da sala de recursos é permitir que o aluno com deficiência participe de forma igualitária, mostrando que o fato de ter deficiência o limita para algumas coisas, mas que suas possibilidades são inúmeras”, diz.
Sala de recursos na rede
Assim como a educadora, a Secretaria da Educação contabiliza em seu quadro de profissionais outros 333 docentes com deficiência visual. Desse número, 104 atuam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, e 229 se dividem entre os Anos Finais do Ensino Fundamental e nas séries do Ensino Médio.
Em todo o estado de São Paulo, as escolas da rede estadual dispõem de 1.746 salas de recursos. Nessas classes, são assistidos cerca de 14 mil alunos com deficiência múltipla, cegueira, baixa visão, surdez severa ou profunda, surdez leve ou moderada, surdocegueira, paralisia cerebral, transtorno desintegrativo da infância, e as síndromes de Down, Asperger e Rett.
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