Recurso tecnológico atenderá alunos com deficiência auditiva
Segunda-feira, 20 de maio de 2013 - 17:36
Estudantes com deficiência auditiva, na faixa de cinco a 17
anos, matriculados nas redes públicas, terão acesso ao sistema de
frequência modulada pessoal (FM) a ser fornecido pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). Esse recurso tecnológico visa melhorar a comunicação e
interação de deficientes auditivos com professores, colegas e família, e
ajudá-los a desenvolver mais rapidamente as competências sociais e a
linguagem oral.
Dados da Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, indicam que 70
mil estudantes apresentam deficiência auditiva e poderão ser atendidos
pelo SUS. De acordo com Martinha Clarete Dutra dos Santos, diretora de
políticas da educação especial da Secadi, para se beneficiar do sistema
pessoal FM, a criança ou adolescente precisa ser usuário de aparelho de
amplificação sonora individual (Aasi) ou implante coclear (IC).
A
decisão de oferecer o recursos tecnológico para estudantes está na
Portaria nº 21, do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da
União em 8 de maio deste ano. A execução do projeto é dos ministérios da
Educação e da Saúde, em parceria com as redes de educação e saúde de
estados e municípios.
Martinha Clarete explica que o sistema
pessoal FM é composto de um microfone ligado a um transmissor de
frequência modulada portátil, usado pelo professor, que capta sua voz e
transmite diretamente ao receptor de FM conectado ao aparelho (Aasi ou
IC) do estudante. A transmissão direta permite ao aluno ouvir a fala do
professor de forma mais clara, eliminando o efeito de ruído ou
reverberação do ambiente escolar, além de suprimir a distância entre o
sinal de fala do educador e o aluno.
Pesquisa –
Para identificar os benefícios pedagógicos do uso do sistema pessoal FM
no contexto escolar, e definir os critérios de indicação, o MEC
desenvolveu, em 2012, o projeto uso do sistema de FM na escolarização de
estudantes com deficiência auditiva em escolas públicas. A pesquisa
envolveu 106 escolas, 202 estudantes e 99 professores do atendimento
educacional especializado, nas cinco regiões do país.
Martinha
Clarete informa que a pesquisa comprovou a eficácia do sistema FM por
usuários de Aasi e IC na promoção de acessibilidade no contexto escolar,
ampliando as condições de comunicação e interação entre alunos e
professores. Ficou claro que o sistema FM agrega uma melhora na
comunicação entre os alunos que o utilizam e os demais colegas,
professores e pais. Ao melhorar a interação e comunicação oral, diz
Martinha, eles desenvolvem mais rapidamente as competências sociais,
resultando em exposição maior à linguagem oral.
Articulação –
Para que a tecnologia chegue aos alunos será necessária uma articulação
entre as redes de educação pública e o SUS, em estados e municípios.
Cabe ao MEC qualificar os professores para identificar os potenciais
usuários; será responsabilidade das escolas encaminhar os estudantes aos
postos de saúde do município. No posto de saúde, a criança ou jovem
será examinado por um médico otorrino, que vai fazer a configuração do
aparelho e definir a faixa de frequência individual, para que a voz do
professor chegue limpa e o aparelho cumpra sua função.
Martinha
Clarete diz que é importante o esforço de todos para que a tecnologia
chegue aos estudantes que dela precisam e que seu uso amplie as
possibilidades de aprendizado. “Não adianta ter um recurso de alta
tecnologia se não soubermos usá-lo adequadamente”, explica.
Ionice Lorenzoni
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